quinta-feira, 30 de abril de 2009
Quase ainda uma adolescente, tive meu primeiro e amado filho.
Resolvi dar a ele uma educação com liberdade, a mesma que não tive, por ter nascido em tempos austeros. Valendo da minha inexperiência e angústia de viver a minha jovem vida, cometi muitos erros.
Ah! Se pudésemos voltar o tempo!
Tempo esse, que um beijo no machucado, valia mais que o mais poderoso dos remédios!
Daria milhóes de beijos, pra que as feridas cicatrizassem e nunca mais voltassem a doer. Mas eu não tenho esse poder!
Hoje sinto pelo que não soube viver. Contudo me faço crer no momento presente.
Ainda cometo muitos erros, porque mãe erra muito, sabia? E é por amar incondicionalmente, é que se comete tantos pecados.
Resolvi dar a ele uma educação com liberdade, a mesma que não tive, por ter nascido em tempos austeros. Valendo da minha inexperiência e angústia de viver a minha jovem vida, cometi muitos erros.
Ah! Se pudésemos voltar o tempo!
Tempo esse, que um beijo no machucado, valia mais que o mais poderoso dos remédios!
Daria milhóes de beijos, pra que as feridas cicatrizassem e nunca mais voltassem a doer. Mas eu não tenho esse poder!
Hoje sinto pelo que não soube viver. Contudo me faço crer no momento presente.
Ainda cometo muitos erros, porque mãe erra muito, sabia? E é por amar incondicionalmente, é que se comete tantos pecados.
domingo, 19 de abril de 2009
Avise ao mundo que estou para chegar.
Peça a ele para guardar
um pedaço do azul de amanhã cedo,
que a nuvem vai crescendo
e eu tenho medo;
para aguar as flores que puder salvar
do corte da enxada e seus horrores;
adoçar o bico da passarinhada
que ainda tiver chance de voar,
(do pavão ao tico-tico).
Parece que o sol anda pleiteando uma polida
para me dar como presente a luz do dia.
Não sei se tenho esse direito,
mas já que venho,
bem que gostaria.
Se conseguir achar um tanto de água pura,
que a deixe preservada
para eu poder ver como se lava a febre,
como se embebe a racha de secura.
Segure um resto de manhã,
que acorda comperfume de roseira,
saborosa de alecrim.
Não sei quanto tempo vão deixar isso para mim,
até que a terra escureça inteira
ou que a beleza embace por completo.
Mas, vou chegando de qualquer maneira.
Se me vê inquieto,
é pelo prenúncio da chegada, já tão perto.
(Flora Figueiredo)
Peça a ele para guardar
um pedaço do azul de amanhã cedo,
que a nuvem vai crescendo
e eu tenho medo;
para aguar as flores que puder salvar
do corte da enxada e seus horrores;
adoçar o bico da passarinhada
que ainda tiver chance de voar,
(do pavão ao tico-tico).
Parece que o sol anda pleiteando uma polida
para me dar como presente a luz do dia.
Não sei se tenho esse direito,
mas já que venho,
bem que gostaria.
Se conseguir achar um tanto de água pura,
que a deixe preservada
para eu poder ver como se lava a febre,
como se embebe a racha de secura.
Segure um resto de manhã,
que acorda comperfume de roseira,
saborosa de alecrim.
Não sei quanto tempo vão deixar isso para mim,
até que a terra escureça inteira
ou que a beleza embace por completo.
Mas, vou chegando de qualquer maneira.
Se me vê inquieto,
é pelo prenúncio da chegada, já tão perto.
(Flora Figueiredo)
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Baseado em “fotos” reais (Ganhador do Mapa Cultural Paulista 2010- fase municipal)
Eu canto.
Estendo a roupa no varal,
Vai chover.
Rio fácil.
Às vezes entendo de ser feliz.
Desejo “ser”
Reviro minha cabeça,
Vez por outra a casa
Me quebro.
Danço.
Manifesto em corpo,
Divido em cinco,
Tiro o pó.
Atuo.
Gosto das coisas simples
Descubro alma.
Invento comidas malucas
E sonho
Às vezes entendo de ser feliz
Vislumbro
A natureza em lugares improváveis
Arte
Frutas
Outros povos
Um lugar lindo!
Lavo a louça,
Gosto de enxergar o outro
Poder ver de perto
Arder em brasa
Colorir a vida,
De verde e amarelo
Por que não?
De uma pipoquinha
Celebrar o momento
Ser criança
Atacar o prato
Assisto a televisão
Desenho com cheiro de mato
O colorido das flores,
Ou deixo tudo azulzinho?
Tenho amigos sempre no coração
Às vezes entendo de ser feliz
Maria Helena Barbosa-novembro/2008
Eu canto.
Estendo a roupa no varal,
Vai chover.
Rio fácil.
Às vezes entendo de ser feliz.
Desejo “ser”
Reviro minha cabeça,
Vez por outra a casa
Me quebro.
Danço.
Manifesto em corpo,
Divido em cinco,
Tiro o pó.
Atuo.
Gosto das coisas simples
Descubro alma.
Invento comidas malucas
E sonho
Às vezes entendo de ser feliz
Vislumbro
A natureza em lugares improváveis
Arte
Frutas
Outros povos
Um lugar lindo!
Lavo a louça,
Gosto de enxergar o outro
Poder ver de perto
Arder em brasa
Colorir a vida,
De verde e amarelo
Por que não?
De uma pipoquinha
Celebrar o momento
Ser criança
Atacar o prato
Assisto a televisão
Desenho com cheiro de mato
O colorido das flores,
Ou deixo tudo azulzinho?
Tenho amigos sempre no coração
Às vezes entendo de ser feliz
Maria Helena Barbosa-novembro/2008
Aviso da lua que menstrua
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Elisa Lucinda
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Elisa Lucinda
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