DEI COR
Olhei pro espelho
Um susto!
Deleguei ao mundo culpa conveniente,
Pensei...
Sobrevivi ousando
Minhas vontades.
Descobri abismos, desvendei segredos...
Passei meu baton vermelho sangue,
Amei!
Acertei alguns traços
Inquietudes, desamores
Dei cor, desejei
Inventei uma lei:
Enfrentar meus fantasmas e meus medos
Tarefa a cumprir...
Hoje, sei, tenho propriedade de falar por mim!
Arrumei os cachos
E um aroma de rosas senti...
Meus sonhos
Estavam engavetados na alma
e precisavam de ar
do meu ar!
Olhei pro espelho
Tempo...
Pra criar e apaixonar
Estava pronta
Pra recomeçar!
Maria Helena Barbosa- julho/2009
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Cri-Cri de Grilo
SINOPSE
O espetáculo se passa numa noite de autógrafos do lançamento do livro de uma escritora bem sucedida, que, no camarim, está muito nervosa e insegura em apresentar o novo livro que relata o seu passado em uma pequena comunidade rural no interior do Estado de São Paulo. Enquanto aguarda o início do evento a escritora se perde em lembranças da sua família.
Uma tragicomédia, com uma encenação realística, onde casamento sem a opção de escolha, paixões , medos , desejos e tempos de mudanças, formam o fio condutor do espetáculo, que é o resultado de uma pesquisa sobre nossas raízes, nossa identidade, bem como a condição do homem comum e os seus sonhos. O folclore brasileiro e canções populares, com suas comemorações, festividades, religiosidade, lendas e mitos, foram o ponto de partida para mostrar a história.
Cri-cri de grilo”, trabalho baseado na cultura caipira de um passado recente, o êxodo de milhares de pessoas do campo à cidade grande, com o sonho de uma vida melhor. Entre o início e a metade do século XX; época de transição social da comunidade caipira do Sudeste para a urbanização e industrialização.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
POEMA DE UMA VIDA
São seis horas da manhã
Lá vai ela, menina moça
Coar o café pro pai
Ajudar a mãe nos afazeres domésticos.
Sonha com os bailes e os moços.
Queria ela ser bailarina
São oito da manhã
Lá vai ela, moça- mulher
Ajeitar a roupa do marido
Preparar marmita, dar jeito na casa,
Correr pra labuta
Sonha com tempos futuros.
Queria ela também ter filhos
São dez horas da manhã
Lá vai ela, mulher- moça
Correr pra escola, buscar filho doente
Levar ao médico
Voltar trabalhar.
Sonha com um mundo melhor.
Queria ela proteção
É meio dia
Almoço, marido e filhos
Queria ela ainda ser bailarina
Duas da tarde
Lá vai ela, mulher feita
Administrar o dia
Protagonista de si mesma
Põe sua criatividade na transformação da rotina
Sonha com coisas boas e alegria
Queria ela fazer valer a pena
São quatro da tarde
Lá vai ela, mulher madura
Conversar com seus filhos
Vezes com o coração sangrando
E um sorriso no rosto
Vezes aconselhando
Estando perdida em si mesma
Sonha com a felicidade deles
Queria ela ser artista
Seis horas da tarde, já?
Lá vai ela, mulher completa
Mal sabia que já era artista
Tendo sido mãe, esposa e filha
Num brotar de sentimentos
E doação completa.
Sonha com um poema
Queria ela relembrá-lo
São oito da noite
Lá vai ela, simplesmente mulher
E agora, também, avó
Refazer seu poema e seu sonho de menina.
E no restante da noite?
Sonha com a vida e é agradecida
Queria ela, e simplesmente sabia, como viver completamente.
Maria Helena Barbosa julho/2009
Lá vai ela, menina moça
Coar o café pro pai
Ajudar a mãe nos afazeres domésticos.
Sonha com os bailes e os moços.
Queria ela ser bailarina
São oito da manhã
Lá vai ela, moça- mulher
Ajeitar a roupa do marido
Preparar marmita, dar jeito na casa,
Correr pra labuta
Sonha com tempos futuros.
Queria ela também ter filhos
São dez horas da manhã
Lá vai ela, mulher- moça
Correr pra escola, buscar filho doente
Levar ao médico
Voltar trabalhar.
Sonha com um mundo melhor.
Queria ela proteção
É meio dia
Almoço, marido e filhos
Queria ela ainda ser bailarina
Duas da tarde
Lá vai ela, mulher feita
Administrar o dia
Protagonista de si mesma
Põe sua criatividade na transformação da rotina
Sonha com coisas boas e alegria
Queria ela fazer valer a pena
São quatro da tarde
Lá vai ela, mulher madura
Conversar com seus filhos
Vezes com o coração sangrando
E um sorriso no rosto
Vezes aconselhando
Estando perdida em si mesma
Sonha com a felicidade deles
Queria ela ser artista
Seis horas da tarde, já?
Lá vai ela, mulher completa
Mal sabia que já era artista
Tendo sido mãe, esposa e filha
Num brotar de sentimentos
E doação completa.
Sonha com um poema
Queria ela relembrá-lo
São oito da noite
Lá vai ela, simplesmente mulher
E agora, também, avó
Refazer seu poema e seu sonho de menina.
E no restante da noite?
Sonha com a vida e é agradecida
Queria ela, e simplesmente sabia, como viver completamente.
Maria Helena Barbosa julho/2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
CRI-CRI DE GRILO
Espetáculo teatral Cri-Cri de Grilo, estréia dias 19 e 20/06/2009 às 20hs, na Oficina Grande Otelo (forum Velho), com entrada gratuíta.
Com o Grupo Cara & Coragem e direção Hamilton Sbrana.
Estão todos convidados, meus queridos amigos!
Trabalho feito com muito carinho e dedicação, por essa turma maravilhosa.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Teatro
Jamais pensei em estar tão envolvida com o teatro.
Mas estou, e é maravilhoso!
Me ajuda muito a superar a timidez, a entender meus medos, a enfrentar desafios.
Se pudesse, viveria dessa arte.
Não me importaria em trabalhar arduamente noite e dia, porque o faria com prazer.
É mágico. É um vício que não quero largar!
quinta-feira, 7 de maio de 2009
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Quase ainda uma adolescente, tive meu primeiro e amado filho.
Resolvi dar a ele uma educação com liberdade, a mesma que não tive, por ter nascido em tempos austeros. Valendo da minha inexperiência e angústia de viver a minha jovem vida, cometi muitos erros.
Ah! Se pudésemos voltar o tempo!
Tempo esse, que um beijo no machucado, valia mais que o mais poderoso dos remédios!
Daria milhóes de beijos, pra que as feridas cicatrizassem e nunca mais voltassem a doer. Mas eu não tenho esse poder!
Hoje sinto pelo que não soube viver. Contudo me faço crer no momento presente.
Ainda cometo muitos erros, porque mãe erra muito, sabia? E é por amar incondicionalmente, é que se comete tantos pecados.
Resolvi dar a ele uma educação com liberdade, a mesma que não tive, por ter nascido em tempos austeros. Valendo da minha inexperiência e angústia de viver a minha jovem vida, cometi muitos erros.
Ah! Se pudésemos voltar o tempo!
Tempo esse, que um beijo no machucado, valia mais que o mais poderoso dos remédios!
Daria milhóes de beijos, pra que as feridas cicatrizassem e nunca mais voltassem a doer. Mas eu não tenho esse poder!
Hoje sinto pelo que não soube viver. Contudo me faço crer no momento presente.
Ainda cometo muitos erros, porque mãe erra muito, sabia? E é por amar incondicionalmente, é que se comete tantos pecados.
domingo, 19 de abril de 2009
Avise ao mundo que estou para chegar.
Peça a ele para guardar
um pedaço do azul de amanhã cedo,
que a nuvem vai crescendo
e eu tenho medo;
para aguar as flores que puder salvar
do corte da enxada e seus horrores;
adoçar o bico da passarinhada
que ainda tiver chance de voar,
(do pavão ao tico-tico).
Parece que o sol anda pleiteando uma polida
para me dar como presente a luz do dia.
Não sei se tenho esse direito,
mas já que venho,
bem que gostaria.
Se conseguir achar um tanto de água pura,
que a deixe preservada
para eu poder ver como se lava a febre,
como se embebe a racha de secura.
Segure um resto de manhã,
que acorda comperfume de roseira,
saborosa de alecrim.
Não sei quanto tempo vão deixar isso para mim,
até que a terra escureça inteira
ou que a beleza embace por completo.
Mas, vou chegando de qualquer maneira.
Se me vê inquieto,
é pelo prenúncio da chegada, já tão perto.
(Flora Figueiredo)
Peça a ele para guardar
um pedaço do azul de amanhã cedo,
que a nuvem vai crescendo
e eu tenho medo;
para aguar as flores que puder salvar
do corte da enxada e seus horrores;
adoçar o bico da passarinhada
que ainda tiver chance de voar,
(do pavão ao tico-tico).
Parece que o sol anda pleiteando uma polida
para me dar como presente a luz do dia.
Não sei se tenho esse direito,
mas já que venho,
bem que gostaria.
Se conseguir achar um tanto de água pura,
que a deixe preservada
para eu poder ver como se lava a febre,
como se embebe a racha de secura.
Segure um resto de manhã,
que acorda comperfume de roseira,
saborosa de alecrim.
Não sei quanto tempo vão deixar isso para mim,
até que a terra escureça inteira
ou que a beleza embace por completo.
Mas, vou chegando de qualquer maneira.
Se me vê inquieto,
é pelo prenúncio da chegada, já tão perto.
(Flora Figueiredo)
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Baseado em “fotos” reais (Ganhador do Mapa Cultural Paulista 2010- fase municipal)
Eu canto.
Estendo a roupa no varal,
Vai chover.
Rio fácil.
Às vezes entendo de ser feliz.
Desejo “ser”
Reviro minha cabeça,
Vez por outra a casa
Me quebro.
Danço.
Manifesto em corpo,
Divido em cinco,
Tiro o pó.
Atuo.
Gosto das coisas simples
Descubro alma.
Invento comidas malucas
E sonho
Às vezes entendo de ser feliz
Vislumbro
A natureza em lugares improváveis
Arte
Frutas
Outros povos
Um lugar lindo!
Lavo a louça,
Gosto de enxergar o outro
Poder ver de perto
Arder em brasa
Colorir a vida,
De verde e amarelo
Por que não?
De uma pipoquinha
Celebrar o momento
Ser criança
Atacar o prato
Assisto a televisão
Desenho com cheiro de mato
O colorido das flores,
Ou deixo tudo azulzinho?
Tenho amigos sempre no coração
Às vezes entendo de ser feliz
Maria Helena Barbosa-novembro/2008
Eu canto.
Estendo a roupa no varal,
Vai chover.
Rio fácil.
Às vezes entendo de ser feliz.
Desejo “ser”
Reviro minha cabeça,
Vez por outra a casa
Me quebro.
Danço.
Manifesto em corpo,
Divido em cinco,
Tiro o pó.
Atuo.
Gosto das coisas simples
Descubro alma.
Invento comidas malucas
E sonho
Às vezes entendo de ser feliz
Vislumbro
A natureza em lugares improváveis
Arte
Frutas
Outros povos
Um lugar lindo!
Lavo a louça,
Gosto de enxergar o outro
Poder ver de perto
Arder em brasa
Colorir a vida,
De verde e amarelo
Por que não?
De uma pipoquinha
Celebrar o momento
Ser criança
Atacar o prato
Assisto a televisão
Desenho com cheiro de mato
O colorido das flores,
Ou deixo tudo azulzinho?
Tenho amigos sempre no coração
Às vezes entendo de ser feliz
Maria Helena Barbosa-novembro/2008
Aviso da lua que menstrua
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Elisa Lucinda
Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Elisa Lucinda
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